terça-feira, 4 de outubro de 2016

Protótipo Sambadélico - Lamento Sertanejo @3001sessions

A Nossa banda, o Protótipo Sambadélico.

E neste primeiro video clipe, uma música feita pelo mestre Dominguinhos ainda nos anos 60, e letra nos 70's, pelo encontro com Gil, uma versão que ganhou vida em um dos álbuns mais significativos de Gil, o Refazenda.

- Produção: Myla Guimarães e Airumã

- Cajon: Alexander Rocha
- Violão: Nassim Maron Rihan
- Flauta e escaleta: Saulo Lyrio
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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Transmissão ao vivo - Facebook 07/08/2016



  • Playlist improvisada:

1 - Eu quero botar o meu bloco na rua - Sergio Sampaio
2 - Tempo Perdido - Legião Urbana
3 - Malandragem - Cassia Eller
4 - Magrelinha - Luiz Melodia
5 - Jorge Maravilha - Chico Buarque
6 - Ando meio desligado - Mutantes
7 - Benta Jhonson Blues - João Paulo Hoffmann

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

3º Encontro Grapiúna / Pocket show

Evento que visa Reunir artistas grapiúnas e incentivar suas produções e projetos
Segue o registro da minha participação, é autoral e do coração :)

Setlist e estorias:
1- Situations
2- Grita a Causa
3- Eu Canto
4- Benta Jhonson Blues


Nesta edição teve também Jacqueline Barreto, banda Pastilhas e os poetas Francis Paixão e Ulisses.

 Música da boa e muita poesia!

Agradeço a Cida Lisboa, Rádio Morena FM 98, Jornal A Região, Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo e ao Studio Brown, por incentivarem os artistas grapiúnas.

Gratidão!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Caiu...

Caiu,
Dentro do meu pensar metafórico.
Jogou-se num rio turvo que desaguava no mar escuro e gelado, que a conduziria por um ciclo de marés infinitas.

Desceu cada milésimo de gota, seu pranto se confundia com a imensidão da corrente que a levava.

À Brisa, repaginava folhas com pontas envenenadas as quais cronizavam memórias, à amotinar anos que jamais foram contados. Gravados em pedras brutas nunca antes polidas pelo homem, e sim, esculpidas por natureza pura, da mesma forma que as minhas forças foram cravadas em sua lápide, antes mesmo de você cair.

E o tempo passa e a morte rasa. O tempo é a morte. A morte é mais antiga do que a própria história em latu sensu. Todavia, usei de um terço do insight - aquele que tive uma das vezes em que nos encarávamos nus -, para conseguir explicar o que é impossível de se entender com as palavras conhecidas pela "Vã Filosofia" (uma vez citada pelo dom de Shakecspeare).

Resolvi compor uma sinfonia a qual jamais conseguiria tocar.
Contudo e com você, toquei.
Toquei, e para o sempre a tive, Poesia.

- João P. Hoffmann. 


sábado, 12 de setembro de 2015

Kakaô - Livro 3001

Kakaô, aos três anos de idade saiu de sua terra Natal, a capital do Rio Grande do Norte, e foi para Albânia, um pequeno país montanhoso situado na borda ocidental da península Balcânica, no sudeste da Europa. E lá ficou por 15 anos de sua vida, totalizando infância e adolescência num país culturalmente antagônico em relação ao Brasil.

        Aos quatro anos de idade, ateou fogo em duas escolas diferentes, pois preferia brincar com fogo do que com bonecos de ação (OXE, ele queria ação de verdade).
Aos 7 anos foi morar num internato, onde ficou até seu último dia na Albânia. Kakaô sempre esteve “à frente” do seu tempo e da sua idade.

        Na Albânia, não existem muitos limites legais para o consumo ou compra de álcool por menores, e, por conta disso (ou não), os pequenos gafanhotos Balcânicos já tinham a cabeça voltada para o mundo profano. Era comum menores com 13/14/15 anos comprarem carteiras de identidade falsas para entrar em festas. É exatamente neste contexto onde Kakaô é reconhecido por um de seus talentos, aos 13 anos já monopolizava todo o ramo de IDs falsas. Aos poucos ele ficou conhecido no meio jovem, era o negro mais popular, sim, negro, pois segundo relatos do próprio Kakaô: “na Europa eu era mais Negro que no Brasil”.

        Por conta dessa popularidade, aos 15 anos começou a trabalhar para Jones, sujeito que tinha uma mão de ouro, pois a original de carne humana fora perdida em um racha com sua Ferrari, mas graças a Deus, a Ferrari não se feriu. Jones organizava diversas baladas na Albânia e também em outros países, como Macedônia e Grécia. Ele tinha muitos “promotores de eventos”, os quais revendiam ingressos em escolas, faculdades e pontos fixos de venda. Era um trampo legal e rendia uma boa grana para Kakaô,  impossível de ganhar tendo 15 anos no Brasil.

        Num período de três anos, aprendeu sobre música de uma forma autodidata, começou a produzir música eletrônica, tocando um groove marcante, graves pesados e identidade que fazia sua marca. Aos 18 anos, era residente do J-Club, tocava em todos os eventos produzidos por Jones. Rapidamente, suas produções conseguiram espaço nas rádios europeias, e o podcast de Kakaô entrou no ranking dos podcasts mais baixados da Europa.

        Tudo começou a dar errado quando um Turco chamado Raj encontrou com Kakaô no fim da sua aula de quinta-feira nublada. Dizia ser amigo de Jones e que a partir daquele dia de outono, deveria entregar o dinheiro dos ingressos para Raj, e o mesmo passaria para Jones.

        Kakaô foi enganado e extorquido, Raj não era amigo de Jones e muito menos o representava. Decidiu então voltar a prestar suas contas diretamente para Jones, e a caminho de seu escritório, foi surpreendido por Raj com mais três turcos dentro de um sedan preto. Kakaô entrou forçado no carro, recebeu uma surra dos capangas e por fim uma mensagem de amor: “VOCÊ TERÁ ESSA DIVIDA ETERNA COMIGO, NUNCA DEIXE DE ME PAGAR, SEU CONTRATO SÓ VAI SER ENCERRADO COM SUA CABEÇA EM UMA ESTACA”. Kakaô nunca gostou de estacas e muito menos da ideia de ser morto ou extorquido por um Turco mafioso.


A única opção que lhe restava era voltar para 
o Brasil...


        Voltando para o Brasil, aos 18 anos de estórias, deparou-se com realidades que não condiziam com aquela que ele estava acostumado, sentia falta da tal “Frugalidade”, que é a arte de aproveitar as coisas simples de maneira simples, por mais que seja sofisticado.
Foi morar em Cacau City, com a família de seu Tio, a clássica classe média com traços europeus e uma cultura pseudo Norte-americanizada da “família perfeita”.
Ele sentia que as pessoas o julgavam muito pelo modo de vestir ou pela barba grande. Em um pais de jeitinhos e gingados onde o seu próprio modo de ser não é aceitável? Não conseguia entender essa lógica.
Houve um momento de surto, onde a paciência havia transbordado. Saiu de casa e foi morar em um prédio de 7 andares e sem elevador. Lugar conhecido como TORRE 3001. Em seu apartamento, que ficava no 7° andar, produzia música e vivia arte, lá era seu terreiro.

[A Torre 3001 era habitat de seres divergentes, universitários loucos, literatos e personalidades imortais. Cada andar continha suas histórias e estórias, moralidades e realidades próprias em contextos infinitos para ler e ser.

O térreo, mofado e empoeirado com paredes de tintas gastas, onde Kakaô postava sua bicicleta encadeada num portão enferrujado que ficava logo à esquerda da entrada. Existia um estacionamento no andar subterrâneo, que dividia espaço com o restaurante japonês Chan, de donos coreanos que vendiam pastel chinês e chás.

Bob, o porteiro da Torre, sempre lia algum livro da literatura nacional em sua guarita. Certa vez, Bob lendo Quarup e ouvindo um tal Di Melo, comentou brevemente sobre o caso dos meninos de seu bairro, que nunca tiveram mais de uma refeição nos seus dias de vida. Os moleques foram atacados acidentalmente por cães que saíram imunes e sem qualquer arranhão. Os cães eram de Seu Jacinto, ficavam soltos durante a noite e madrugada fazendo a segurança do seu frigorífico. Justificou o ocorrido, alegando ter sido furtado mais de três vezes pelos meninos.

        O soldado Arthur e o Tenente Santos, que estavam de serviço pelas redondezas, conseguiram impedir coisa pior de acontecer com os pobres garotos.
Contudo e Como tudo é uma questão de ajuda mútua, tudo se resolveu da melhor forma, e o Tenente Santos voltou pra casa com uma picanha pra ser assada no samba do domingão.

        SD Arthur, era o mais honesto de sua corporação, rapaz nascido e criado numa quebrada mais quebrada que seus bolsos quando menino. Sua mãe, evangélica e assídua em sua comunidade cristã, o levava e o buscava todos os dias, entre as idas e vindas dos bicos e trampos.
Ao fim da sua aula, às 4 e pouca da tarde, se reunia com seus colegas para bater aquele velho baba.
Rapaz muito estudioso, aos 23 anos passou no concurso pra Soldado, e finalmente conseguiu custear o curso superior dos seus sonhos. Justo e Perfeito, logo veio a ingressar numa sociedade, e, junto com sua esposa, ajudava toda a paróquia.

“Como todo brasileiro tem que comer seu pão e aprender a gingar, o que resta aos bons moços é o vício da omissão” disse Bob, o porteiro.]


        O apartamento do Albanês nordestino era repleto de quadros psicodélicos e de banners de festivais undergrounds de música eletrônica da Europa. Com uma vista de qualidade que dava pra enxergar a cidade toda, inclusive a casa verde da esquina da fé, que ia até o rio que dividia a Cidade. Ideias trocadas, festas desnorteadas e muita música boa foi criada neste cenário.

- João Paulo Hoffmann


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Dimensão Fou (6º Andar) - Livro Torre 3001

1ª Parte:

O 6º andar da Torre 3001 era um portal tridimensional. Entrada de um universo onde o silêncio ambiente não existia, Músicas psicodélicas faziam a trilha sonora 24h. Lar de Feiticeiros, Alquimistas, Duendes, políticos honestos e padeiros higiênicos, seres que em nossa dimensão eram tidos como lendas ou histórias para dormir.

Dentro do andar havia uma linda praia com um céu alaranjado e uma bomboniere que também vendia cachaça.

No momento em que chegamos, o feiticeiro Choco tocava seu set enquanto um duende careca corria com um copo de elixir em cima de sua cabeça, era um dos testes do andar, quem conseguisse pegar o copo ganharia alguns anos de vida bônus.

Com a garganta seca, resolvi tomar uma água, pois como dizia Paulo “água é vida”.

Dirigi-me até um bar que ficava entre as raízes de uma arvore milenar,  Pocas Testa,  amigo duende sufista de Itacaré que estava atendendo no bar, ele olhou para minha cara e perguntou “e aí, o que vai querer?”. No entanto, eu não conseguia reproduzir palavra alguma, parecia que minhas cordas vocais estavam no mudo.
Voltei para a praia pensativo... Treinei então por 3 horas (naquela dimensão do andar, pois no nosso universo foram 3 minutos, não era mais como o som do pêndulo amargo da vida que estávamos acostumados a escutar).
O treino era: "Chegar no bar e dizer: uma água, por favor"
Fui em direção a Pocas, e disse o que havia treinado, então Pocas acrescentou: “água com gás ou sem gás?”. Eu não conseguia responder, e só disse “mano, eu quero uma água, velho”. Afinal, não tinha treinado mais do que um simples pedido de água.

Somente depois de muito esforço, percebi que naquele universo as pessoas não conversavam muito por palavras ditas, a comunicação era composta por trocas de energias e pensamentos.

Encontrei-me uma vez com uma Garota que trazia o cheiro da mistura de terra molhada com o perfume daquelas flores raras que a mesma distribuía gratuitamente e felizmente. Um foco de luz exalava dos seus lábios, convocava a manhã que chegava às quatro e pouca. O encontro dos nossos olhares formavam ondas de energia que influenciavam as ondas que batiam na areia da praia, grandes ondas, diga-se de passagem. Resolvi me aproximar e oferecer um “Olá energético”, ela retribuiu, concedendo-me um beijo, e após disso saiu com o seu perfume se dissipando entre o vento. Ela sumiu, sumiu e eu nunca mais voltou, contudo, seu cheiro ficou eternamente naquela praia com o céu alaranjado.


2ª Parte:

Na bomboniere, vimos a pequenina Katarina, menina de 7 anos que vendia bala e doce, numa barraca­ que caía aos pedaços por conta da mares­ia da praia. Ela morava com Dona Karen, matriarca, mãe de lindas filhas, e que trabalhava 2­4 horas por amor. Sempre com um sorriso no rosto, e disposta a ganhar o sustento de suas filhas a todo custo. Ela mesma dizia não poder reclamar, pois até conseguia dormir nos intervalos entre um trabalho e outro, dentro do ônibus.

Katarina, menina que gostava de conversa­r mais do que aquelas sábias senhoras que proseavam sentadas na praça da esquina da fé,­ todo domingo, antes do Faustão, lógico.­
Ela tinha o costume de ler demasiadamente, lia dois ou três livros da literatura nacional ao mesmo tempo.

Dona Karen sempre comentava com a pequena:
- Você só sabe comer livros, moça, nunca vi igual.

Até que certo dia, Katarina retrucou: 
- Livro não se come, mama, só se for de chocolate.

A linda Katarina era a ÚNICA pessoa daquela dim­ensão que conseguia se comunicar através de palavras ditas, com fluência, dotadas de coerência e coesão.
E ela falava muito, mais até que o Malandro Jhiad, que, naquela dimensão, era um­ monge.­

...A pequena Katarina passou o troco e puxou conversa:
"Eu amo minha Mama, bem, seu nome para ­os outros é Karen, ela é uma digna mulher de alto vigor, trabalha para um grand­e grupo empresarial, que distribui todo ­tipo de doce e bala que você possa imaginar. Sim, Mama faz o trabalho mais complicado da Terra, o de ser Bruxa, e com seus poderes, cuida de todas as fabricas ­e vendas da companhia, no mesmo passe de mágica que minhas roupas sujas estão limpas e cheirosas toda manhã."

Contudo, Dona Karen, Em sua (falsa)lucidez – o que qu­ase ninguém sabia – vestia um rosto para­ cada momento, lugar e pessoa. Sua verdadeira face só era vista por ­sua filha Katarina e por todos da dimensão Fou.

Na Dimensão Fou, O rosto de Dona Karen podia­ ser visto de longe, exalava cheiro de desodorante de ontem com sovaco suado, tinha ­batom borrado e olheiras maiores que sua dignidade, seus olhos eram vermelhos como a brasa do cachimbo de ­Lion God. O seu rosto tinha uma espécie ­de pó branco que a fazia ficar acordada ­para todo o sempre, “minha Mama se preocupa muito com a Be­leza, não consegue ficar um dia sequer s­em aquela maquiagem”, dizia a pequena Katarina.­


- João Paulo Hoffmann


SOUNDTRACK DO CONTO - 3001BR SONGS

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

JHIHAD - Livro TORRE 3001

Jhihad chegou com o cabelo pintado de loiro numa 50tinha, que­ ninguém sabia de quem era.

Jhihad, um grande Laranja.

Neste dia, Jhihad convidou todos para uma festa no club mais antigo da cidade de Cacau City, que obviamente, ninguém - nem mesmo o Jhihad - havia sido convidado.
Piolho de festa, penetrava não pela festa em si, mas pela emoção de entrar sem autorização, usando um migué. Teve uma época em que Jhihad conhecia todos os seguranças e garçons - inclusive o garçom PORTELA, o mito, diga-se de passagem -, o que facilitava a sua entrada. Comer e beber de graça eram seus esportes.
Jhihad, acadêmico na Universidade Estadual de Cacau City, tinha honrosos valores sociais e era um assíduo defensor da Esquerda e de todos os oprimidos. Ele apoiava os fundamentalistas do islã só por eles serem Minoria, ele mesmo dizia: “Pivete, se tiver guerra, eu viro homem bomba nessa porra”.
Todavia, na verdade, Jhihad era malandro, o típico malandro carioca, só que baiano. A sua característica marcante era realmente marcante, ele FALAVA DEMAIS, sabe aquele momento em que o assunto acaba e o silencio é a harmonia? Então, Jhihad sempre tinha algo a dizer. Era o primeiro a se comunicar e o último a se calar, filho da Puta!
Jhihad era companheiro e nunca colocou ninguém em corre errado. Tinha um bom coração, o qual fora comandado e lesado por crentes mulheres de passados, amores jurados, coisa de doido mesmo.


- João Paulo Hoffmann

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Meu pé batendo no chão está em Sol maior

Porra!
Que merda!
Ta chegando sá disgraça
Inspiração que até dá dor de cabeça.
O que fazer agora que no escritório estou e violão aqui não tem?
Preciso procurar sons nas coisas,
Afinal,
Tudo produz um som, uma nota.
Pera, calma, canetas e minha escrivaninha não produzem um som agradável.
Preciso de sentimento e um bom groove nisso aqui.
O ar condicionado esta em sí.
Meu pé batendo no chão está em Sol maior.
Dezoito horas e partiu!
Bora! VAMU VER VU!?
Pegue aquele violão lá
Ali ó
A nona viola ao lado do retrato do Jimi Hendrix, aquele cara que tocava fogo na guitarra.
É, a vida pode até ser curta
Mas a felicidade é eterna
Então a gente vive e escreve, ler e vive.
Eterno.

- João Paulo Hoffmann

Jimi Hendrix Experience


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Senhorias e Vadias ias ias

Cantei versos de uma antologia
E para a cantiga dessa fantasia
Quando a condessa da vila, a senhoria,
Deu-me um bom dia
Continha uma cesta com uma grande melancia
E mesmo com o peso ela sorria,
Pelos campos de sua sogra, Dona Maria.
Sorrisos porque mulher casada não chora em público nenhum dia.
Enquanto o raio de sol brilhava entre a abadia,
Ela se deparava com a vadia,
"Ninguém" era o nome da pobre que mal tinha uma estadia.
Sentia a morte porém vivia,
Apesar de seus serviços de dar alegria
Ao homem casado com quem ela dormia,
em sua biografia
continha uma especie de agonia.
Forte eram suas pernas que erguiam
Seu corpo para o outro dia.
O mundo sentia
Varias vadias,
Muitas senhorias
Em diversas Bahias,
Em todas as confrarias
Da boemia
E até mesmo nas confeitarias
Da calmaria
à baratas bijuterias.


Viva a nossa mórbida Democracia, Diplomacia, Meritocracia, Simpatia, Epilepsia, Epidemia, Dicotomia, Disritmia, Baixaria, Poligamia... Vivam todos os "ia"!
Dessa nossa sociedade romancista e não realista, onde traição é rotineira como comprar um pão em uma padaria.


- João Paulo Hoffmann

domingo, 10 de agosto de 2014

CRONICAS DE BENTA JHONSON - Livro TORRE 3001

Histórias como a de Benta Jhonson são contadas através de vivencias, e não por simples palavras ditas necessárias para descrever alguém.
Acompanhe os secos e inefáveis 30 minutos do dia de Benta Jhonson. Literato e vagabundo, escreveu esse rascunho num livro com o número 7 em sua capa:



Parei em meu edredom após uma quarta feira corrida e árdua.
Peguei a caneta com tinta falha...

Quero escrever com o tempo,
Sobre a casa bonita da esquina escondida entre as arvores do outono nostálgico.
Fantasiar sob a imensidão da nossa coexistência. Imaginando retratos antigos de vidas passadas

Sempre contendo eu, você, nós, um.
Um, seja artigo ou numeral
Um amor, um só coração.
Alma gêmea só em música romântica da jovem guarda.

Aqui, tento exaltar almas semelhantes, que juntas formam o utópico
Componho então a nota harmônica incerta e ao mesmo tempo perfeita.
Uma ressonância de vibrar o pensamento negativo transmutando-o em amor...

Então aparece - interrompendo meu pensamento romântico - a bela vizinha de condomínio que outrora provara do meu doce. Gritava versos de raiva, não me lembro ao exato, mas, o contexto é o que importa, mesmo que seja algo surrealista.
"Poeta maldito, que forja tal sentimento sem nunca ter sentido um misero ℅ em seu coração, só o faz para suprir necessidades carnais. Seu pecado é a luxuria e seu orixá está te orientando, mas preferes viver surdo".
Mulher, se eu te consumi um dia, lhe concedi o ópio do próprio utópico ócio. Coração é a junção de duas palavras, cor e ação, a cor é para dar a graça, o elemento importante é a ação.
Escrevi o nosso alento, entretanto, para isso se transformar em algo contínuo é necessário outras estrofes de dias vividos. Eu procuro...  É pecado ser assim?
Não te passas a ideia que é doloroso escrever um sonho sobre o mar sem nunca ter ido a praia?

Pessoas amam por amar e odeiam por odiar.


Prefiro viajar no infinito, sim, sou um viajante da sinestesia. Escrevo sobre o perfeito sentimento, sobre a ideia utópica, sobre a amada querida, mas a verdade é que somente escrevo, escrevo somente para não morrer, externizo e eternizo em versos.

Meu nome é Benta Jhonson,
Nasci do sereno
Jogando bola descalço
Moleque novo, caboclo e moreno
Desde cedo homem de aço
Estilo rock à fé
Dizia versos loucos para a mulher
Que luta e sua e só quer se amada,
Nunca amei, 
mas meu Estilo BB King a deixou pelada.


- João Paulo Hoffmann


Escute a música inspirada neste texto, BENTA JHONSON BLUES:


3001 sessions:

terça-feira, 29 de julho de 2014

A.L.guém

Vento tocou a sua pele sedosa, o seu cabelo encaracolava-se nas pontas e as vezes até quebrava-se, mas o que importa é a essência no conjunto romântico, onde defeitos se confundem com qualidades pois tudo é uma beleza arquitetônica.
O olhar hipnotizava-me sempre, encarando o meu subconsciente, o olhar mais sincero que já encontrei nesse mundo hipócrita, combinava perfeitamente quando inclinava os olhos um pouco para conceder um sorriso singelo, formando covinhas.
Exalava em seu corpo uma fervura que a protegia contra o frio, essa era a nota de que o sorriso dela era independente como o sol, eu, no entanto, era dependente do seu sorriso como a lua que depende do sol… ao menos nos momentos que a respiração se confundia com as idas e vindas das ondas do mar, o mais incrível é que esses momentos eram tão únicos que nós conseguíamos parar para perceber isso.



- João Paulo Hoffmann

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Nave Groove - Eu Canto

E a música nasceu de uma poesia de 2012 (AQUI)

Um senhor aposentado disse pra mim uma vez que a música e a poesia não servem para ganhar a vida, você só ganha dor e uma morte falida.
Palavras estranhas aos meus ouvidos,
pois sempre que penso na morte...eu canto
Sempre que penso na vida... eu canto
Sempre que penso na dor... eu canto
Sempre que penso na alegria... eu canto
O tudo é a poesia
Até a noite o mar e o dia
A realidade e a fantasia.

A vida é feita de coragem
Não sei se a gente perde, não sei se a gente falta, mas sei que a gente traga essa vida à nossa estrada

O mundo é feito de muita vontade
Não sei se a gente fala, não sei se a gente escolhe, mas sei que a gente é o que a mente nos traga

Canto com a cara de quem só faz mal
Seco o pranto, pois nada tem a força e nem o poder tanto
A música, o tom, a batida de um pandeiro
Revolta Contemporânea aos escravos do dinheiro.
É não querer estar cego, tampouco fugir da realidade, só vejo que muita coisa não tem valor de verdade.
Quero estar tranquilo, ignorar banalidade.
Viver intensamente bem, não fazer mal a ninguém
Refletir nas maravilhas que a vida provém.
Ei você senhor ai aposentado não venha me julgar... Pois segundo o grande Raul Seixas: A FORMIGA SÓ TRABALHA PORQUE NÃO SABE CANTAR.

E ENTRE UMA MORTE FALIDA E UMA VIDA BEM VIVIDA, EU CANTO

Composição: João Paulo Hoffmann e Saulo Lyrio


versão studio brown


versão acústica + escaleta


quarta-feira, 14 de maio de 2014

Vírus do Tiozinho - Livro TORRE 3001


Tiozinho abre uma lata de cerveja - depois de beber metade de uma garrafa whisky 12 anos - dá um gole e entra no seu carro de 80 mil reais, grita para seus filhos entrarem no carro.

- O filho mais velho (15 anos) estava feliz por ter transado pela primeira vez em um bordel que seu pai o havia levado.
- O filho de 13 anos quis fazer aula de pintura, mas não pôde pois seu pai disse ser coisa de marica.
- A filha mais nova de 11 anos está triste, pois o seu pai dispensou a empregada Maria por ter um filho (Jesusinho) que é o melhor amigo da filhinha do patrão.

O tiozinho é contra ações sociais e acha que o Brasil progrediu na ditadura com Itaipu e a ponte Rio Niterói. Viajou esses dias de avião e achou um absurdo sentar ao lado de tanta gentinha.
Mas tiozinho é gente boa, vai a igreja todo domingo e até da esmolas aos mendigos.

Tiozinho é senador e foi eleito usando promessas de melhoria da educação publica - seus filhos estudam na melhor escola particular da sua cidade.

Tiozinho é contra o fato de pessoas do mesmo sexo poderem casar e adotar um filho. Interessante pensar que aos sábados a noite ele contrata travestis para usar e abusar, enquanto seus filhos mal veem o pai, e quando o veem está muito ocupado ou bêbado. Todavia, Tiozinho é um bom pai, nunca deixou faltar nada para seus filhos, apenas o amor, mas amor é coisa de vagabundo.

O tiozinho (que bebe ao menos duas doses de bebida quente por dia) começa a falar que drogado não merece ser internado e nem ser tratado por especialistas, "todo drogado é bandido por financiar o trafico e merece ir pra cadeia".
Em falar de bandido, o Tiozinho acha que bandido bom é bandido morto... e que matar galinha pra fazer macumba é algo desumano.

Nenhum de nós está livre de ser abatido pelo vírus do tiozinho.
Mas a vacina ta aí,
Toma quem quiser.

João Paulo Hoffmann e Ciro Carvalho


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

PROFESSOR AFAR SEDNEM - LIVRO TORRE 3001 (3ª PARTE)


3ª PARTE: PROFESSOR AFAR SEDNEM         

     
        Assim que o nível de sobriedade se tornava fluente, dava-me conta que estava atrasado para a melhor aula da minha faculdade. O professor Afar Sednem ministrava um curso de literatura para loucos na Academia Bottom e era professor do curso de Letras na Universidade Estadual do Cacau).

[O prof.º Afar sentava em uma cadeira na frente de todos, como um macaco pensante do filme Planet of the Alpes sentado numa rocha, e falava coisas que entravam em nossas mentes, como uma semente de Yggdrasil. Professor o qual apesar da sua pouca idade, tinha estudos em diversas áreas, era um verdadeiro sage, andava com o seu cabelo dread escutando o manguebeat de Chico Science, citava Macbeth, fazia jus a Macunaíma e a Chapolin (como um verdadeiro Anti-herói latino americano, índio, preto e branco), agia com a justiça e sabedoria de Antônio Conselheiro e, conhecia o lado verdadeiro de Lampião. Um tanto de cultura com um pouco de loucura. Durante o curso, os discursos de justiça faziam as paredes da sala de aula tremer. O oxigênio era transmutado em cultura!]

        Por conseguinte, Resolvi enviar uma SMS para o celular do Afar, justificando a minha falta:
“Professor Afar Sednem, não serei formal, visto que formalidade entre loucos é tido como loucura. Não irei ao seu curso hoje, tive uma aula de campo a qual será essencial para seguir o seu conselho e o de Raulzito que aprendi em sua aula: “Antes de ler o livro que o guru lhe deu, você tem que escrever o seu”. Se hoje fosse ao curso, seria sinal que nada aprendi. Forte abraço”.


       Sexta-feira, dia em que os homens trabalham olhando três vezes mais para o relógio, e após o último dia de trabalho árduo da semana,  eles se dirigem às suas casas, cultos, terreiros, bares... Para relaxarem contemplando a semana varonil que passara rápido como o pêndulo amargo da vida. Foi em uma sexta feira como esta, que um rasta bateu em minha porta e veio com uma notícia que parecia até piada surrealista: “Afar morreu, cabeça”.
       Até termos a confirmação, não conseguíamos acreditar, não porque a morte é algo difícil de aceitar, mas porque era impossível imaginar morto alguém tão vivo como Afar Sednem.
       Um dia depois da sua morte, tive um sonho, no qual ele passava na rua da minha casa, gritando “eu to aqui, eu to aqui, to bem, cabeça”, então eu saí e falei “cara, você morreu, Dinho, como você pode estar aqui na minha frente?”. Por conseguinte, ele me pediu para que o seguisse, fomos até um canal que estava em construção, ingressamos em uma estrada de lama que dava num grande buraco negro, então sugeri que fossemos por outra direção. Pegamos um caminho de areia de praia que dava no mar com o céu alaranjado. Chegando nesta praia encontramos Gilberto Gil cantando “Expresso 2222”, passamos por um rasta vestido de soldado e por uma menina de pele bem branca, rosto pálido e com um cabelo liso bem preto, tinha um óculos de grau grande para um rosto que era pequeno, e carregava uma mochila que parecia estar pesada, denotando conter muitos livros.
       Quando Afar tocou seus pés nas ondas, disse feliz: “Estou bem, cabeça”


Tudo que você sonhou
A semente que plantou
Virou uma arvore frondosa
Somos é a continuação
Dinho...
Tudo porque um dia você acreditou
Você acreditou em nós
Esse grito vai até o céu
Vai até você
Anunciar nossa luta
Um tanto de cultura, e um pouco de loucura
Cabeça, isso aqui é pra você.
Mariah, Mariah, salve a ti, salve nos.


  Quem tem um legado nunca morre, a história é eterna!



- João Paulo Hoffmann


Grito à Causa - música em homenagem a Rafael Mendes



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

insônia-poesia-amor em uma madrugada suspeita

(poesia continuação da "sono-sorria")

Curo minha insônia contigo, escrevo, vivo, sinto.

Sintonize o que tiver que sentir, viva, respire.
Respeite o tempo, vento e pêndulo
Espetáculo se forma lá fora,
Rosas da primavera se tornam tuas
E faço você esquecer que anoitecem os dias, e as noites amanhecem. 
A hora não são os minutos, 
muito menos os segundos 
o tempo somos nós, no gesto do teu sorriso 
a vida se resume a isso. 
Pensar muito corrói, 
rir com você constrói, 
entrelaçado com a escolha, 
alucinado entre a folha que respinga a gota última do pranto que você deu.
Talvez você, viesse me salvar
E sim (se) você, viesse me curar.
Ao sentido do sol, ao caminho do mar.
A sua salvação, depende de ti, amor
A minha salvação... amor.
todos meus amigos se salvaram daqui.

Aqui?
Aqui!
Aqui, eu não sei se si vai aprender qualquer dia que for, e se vir e ser rei, memorar qualquer hora perdida, eu olhar o seu olhar, qualquer noite que é e qualquer dia que foi. Qualquer noite já é, nenhum dia já foi.
E se foi, recitarei tudo isso pra você dormir.

- João Paulo Hoffmann